Leviatã, Rosa de Sarom e Bálsamo de Gileade: o que a Bíblia realmente diz
Há versículos muito citados fora do contexto, mas que, quando entendidos corretamente, ganham ainda mais riqueza. É o caso de "Até a tristeza salta de prazer", "Eu sou a Rosa de Sarom" e "Bálsamo de Gileade".
CURIOSIDADES🧐ESTUDO BÍBLICO📖


Alguns dos versículos mais citados da Bíblia acabam sendo lembrados fora de seu contexto e, com isso, ganham sentidos que o texto sagrado nunca pretendeu transmitir.
É o caso do Leviatã em Jó, da Rosa de Sarom e do Lírio dos Vales em Cantares e do Bálsamo de Gileade em Jeremias.
Quando olhamos para cada um deles com atenção, percebemos que a mensagem é ainda mais profunda e bela do que a versão popular costuma sugerir.
Vejamos cada um deles...
“Diante dele até a tristeza salta de prazer.”
(Jó 41.22 ARC)
Esse versículo não se refere a Deus, mas a uma criatura real, o Leviatã, citada por Deus para mostrar Sua grandeza e poder diante de Jó. Esse animal grande e feroz era conhecido pelos primeiros leitores como invencível.
O foco do capítulo é enfatizar a soberania de Deus sobre todas as forças da criação. Não importa o tamanho do problema diante de você, confie no poder de Deus.
“Não há unguento em Gileade?”
(Jeremias 8.22 ARC)
O Bálsamo de Gileade não era uma “cura mágica espiritual”, mas uma planta medicinal da região, famosa por suas propriedades curativas. Jeremias usa a imagem como metáfora: o povo rejeitava a verdadeira cura, o arrependimento e o retorno a Deus.
Judá ainda não tinha alcançado a cura, porque seu espírito continuava impenitente. E só encontraria a cura no Médico dos médicos.
“Sobe a Gileade e toma bálsamo, ó filha do Egito; debalde multiplicas remédios; não há cura para ti.”
(Jeremias 46.11 ARC)
Aqui, o profeta aplica a mesma figura ao castigo do Egito: não adiantaria buscar bálsamo, nem mesmo nas fontes mais conhecidas de remédio.
No contexto, era uma alusão sarcástica à incapacidade do Egito de curar as feridas da derrota. Contra o juízo de Deus, não há remédio humano.
“Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.”
(Cantares 2.1 ARC)
No contexto original, é a voz da sulamita (a noiva). Não é uma referência direta a Cristo, mas uma metáfora usada pela amada para si mesma, expressando simplicidade e beleza comum.
Se quisermos aplicar tipologicamente, podemos sim, mas com foco na Igreja, a Noiva, e não no Noivo.
Quando o livro foi escrito, os leitores entendiam que a mulher não estava se exaltando, mas se descrevendo como uma flor simples do campo, em contraste com a grandeza do amado. Em outras palavras: “Eu não sou rara nem luxuosa, apenas mais uma entre tantas flores do campo.” 💘 Que apaixonada essa sulamita! 😍🤭
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Busque sempre o contexto.
Ao contrário do que muitos pensam, compreender o contexto não tira a beleza do texto bíblico. Pelo contrário, aprofunda e fortalece nossa fé.
Quando descobrimos o que a Palavra realmente diz, percebemos que ela é ainda mais rica do que as interpretações populares.
Interessante, não é?
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Referências utilizadas
Este conteúdo foi elaborado com base em consulta à Bíblia Hebraica, à Bíblia de Estudos RVA, e a comentários de Pablo Hoff e R.K. Harrison.